Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2016

Resquícios de um ferido

Como tempestade em manhã de primavera Fui despedaçado, mais uma vez E o trabalho que tanto tivera No mesmo instante se desfez. Foi pedaço para todo canto Em cada canto, um caco meu Desfiz-me em riso e em pranto E agora, eis que o caco sou eu. Um pedacinho entre tantos outros pedaços Que com a tempestade se perdeu Sei que com o tempo me refaço Só que o tempo não cura o que já doeu. Sigo com o sorriso no rosto Mesmo com cicatrizes no peito Porque sonhar ainda não paga imposto E amar nunca será um defeito. Poeta Sonhador das Estrelas

Demasiadamente Senti(dor)

Sinto muito Sinto tanto Do riso infinito Ao infinito pranto. Enquanto muitos não sentem Ou fingem assim não sentir E a si mesmos mentem Sinto por eles e por mim. Um sentir tão demasiado Que por vezes me causa dor Por muito penso ser um fardo Por pouco, dádiva de sonhador. Esse mundo é mesmo louco Não vejo lógica nem explicação A disputa ganha quem sente pouco E quem sente muito só ganha decepção. Sentir muito é ato Que requer tamanha bravura Porque antes de tudo é, de fato Uma arriscada loucura. Mas se a dor é inevitável Que ela me venha por ser assim Um senti(dor) demasiado Pior mesmo é a dor por nada sentir. Poeta Sonhador das Estrelas

Uma busca pelo inevitável

Ando por aí Fingindo não te procurar Minto a mim e a todos Quando digo que não espero te encontrar. Espero isso a cada momento Pode ser loucura Perda de tempo Só que não consigo parar. Sigo andando a esmo Juro que tento não pensar Enganando a mim mesmo Penso a cada minuto onde possa estar. Tem sido uma busca constante A razão já chegou a vacilar Diz que já tenho cacos o bastante Mas ainda assim teimo em me arriscar. Tão inevitável é a dor Por isso não há o que temer Dor que já vi pior É a que dói por medo de acontecer. Poeta Sonhador das Estrelas

Questionamentos à realidade

Quanto de ti foi perdido Quanto de ti foi deixado Quanto de ti foi tingido Pela cor do mundo e sua crueldade? Quanto de ti foi tirado Quanto de ti foi sumindo Quanto teve de ser enterrado Com o aumento da idade? Quanto de ti permaneceu Quanto ficou de fato intacto Quanto se esvaeceu Com o peso da realidade? Quanto de ti ficou para trás Quanto de ti já não és tu mais Quanto de ti já morreu Por ter que seguir a sanidade? Quanto de ti e dos teus sonhos Já foram e ainda estão sendo sufocados Quanto de ti ainda é o ser risonho A procurar pela felicidade? Quanto de ti foi corroído Por essa tão angustiante cidade Quanto ainda vê sentido Na manutenção da humildade? Quanto de ti foi partido Quanto agora são apenas pedaços Quanto de ti foi ferido Pela dor da saudade? Quanto de ti ainda vive Quanto nunca viveu Quanto de ti apenas sobrevive Ao cotidiano e à sociedade? Quanto de ti nunca foi Mas que ainda tem vontade...

Vício

Ah, menina Não é crack, nem cocaína Álcool ou LSD. Meu maior vício é você! Poeta Sonhador das Estrelas