Escrito da madrugada

É que os demônios que se escondem por trás do escuro dos meus olhos estão gritando, por isso não consigo ter paz, muito menos uma noite de sono tranquila.
Pensei que já os tivesse matado, mas não. Até chego a pensar que são imortais.
Estavam dormindo. Silenciosos até então. Como se não mais existissem. Eles estavam apenas dormindo no recôndito escuro do meu ser, mas agora estão mais despertos que eu. Gritam e freneticamente se agitam como no salão de uma boate eletrônica. Meu desespero é a batida perfeita para sua música horrenda composta por gritos que por outros são inaudíveis, mas para mim, ah... são como o tilintar de talheres ou vidro jogados ao chão, ou como aquela agonia dilacerante do arranhar de metal. Eles querem me deixar louco, e acredito que estão o conseguindo aos poucos. Madrugada após madrugada, num círculo sem fim.
É que os meus demônios estão gritando e já não escuto a minha própria voz...
E de tão afiados e agudos os seus gritos saem cortando a minha alma em pedaços, fazendo-a sangrar e então ela sangra sem parar fazendo com que escorra pelas janelas do meu ser, porque talvez nem todos saibam, mas as lágrimas são o sangue da alma.
É que os meus demônios estão gritando e suas vozes dizem anunciar o fim. Mas não se sabe ao certo do quê.
E a essa altura da noite eu só espero que seja o meu...

Poeta Sonhador das Estrelas

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