Percepções silenciosas de uma rotina fatídica

A vida deveria ser mais que isso, sabe...
Mais que uma interminável sequência de profundos suspiros dados na desesperada tentativa de apaziguar o caos que aos poucos vai consumindo todo o nosso ser, mas que não passa disso: uma desesperada e frustrada tentativa, assim como tantas outras que acabam gastando nossas forças e nos deixando cansados.
Um cansaço no sentido mais amplo que a palavra possa possuir, que ultrapassa a esfera física e que vai se tornando completamente devastador. São cansaços e mais cansaços que vão se acumulando cotidianamente um sobre o outro e vão pesando nos ombros, e esmagando o resto de forças que, a partir de lutas e mais lutas internas tentamos manter ainda firmes, mas que vão se fragmentando com o peso do cansaço que vai se acumulando e devastando o que resta de nós.
E quando os resquícios de nós acabam triturados pelo cansaço e impossíveis de se restituir, o que nos resta senão um vazio cheio de tantos outros vazios que também estão cheios de dor?! São vazios por cima de vazios. Vazios que perpassam outros vazios.  E que gradativamente, pelo peso do acúmulo de cansaços e pelo caos não contido pelos suspiros, vão se tornando cada vez mais demasiados, resultando assim num vazio tão agudo e tão profundo quanto os suspiros  que tentam, em vão,  apaziguar minimamente todo o caos.
E assim a vida vai seguindo seu curso. Presa nesse círculo horrendo e desgastante até que o ponto final possa chegar e enfim cessar este conto de horror tão mal escrito. Mas enquanto isso não acontece,  numa tentativa de não se entregar tão facilmente à rotina, nos acostumamos com isso tudo. Apenas para seguir, sabe.
Porque no fundo ainda pensamos que a vida deveria ser mais que uma interminável sequência de suspiros profundos, vazios agudos e cansaços acumulados...

Poeta Sonhador das Estrelas e Tulipa Vermelha

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