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Mostrando postagens de 2019

Gatilho luminoso

Eu nunca entendi, sabe... Nunca entendi essa minha fascinação por luzes... Nunca foi a beleza ou o brilho. Até porque essas coisas não me atraem muito. Eu sempre achei luzes melancólicas, principalmente essas pequenas em meio à escuridão. E talvez seja isso que tanto me encanta. A capacidade de me deixar em êxtase, sem ajuda de nenhuma droga, a não ser a solidão. E nesse momento a mistura dessas luzes com o escuro do quarto enquanto toca baixinho Get You está sendo tão destruidor a quanto fazer desse cenário plano de fundo para pensar em certo alguém... A verdade é que luzes também me fazem lembrar certos alguéns. Certos alguéns que podem estar lendo isso agora. Ou que nunca chegarão a ler nenhuma das milhares de linhas escritas sob sua(s) inspirações. E no fim, talvez por isso eu goste tanto de luzes... De um modo ou de outro elas me deixam num extremo nível de melancolia... E a melancolia é uma fonte de inspiração. Eu não sei. Talvez eu seja apenas alguém ap...

Sobre cativar

Mesmo no silêncio eu sei que aqui tenho um refúgio Mesmo na distância eu sei que aqui sinto abraços E por isso que apesar da ansiedade eu não fujo E no embalo da poesia eu me acalmo. Vocês transmitem poesia São como o sol, a lua, são luz Força que ilumina seja noite ou seja dia São aquela paz que não se traduz. E talvez a vida seja sobre isso Não sobre acumular riquezas materiais ou bens Mas ter quem esteja contigo Quando já não sobra mais ninguém. Sobre criar laços, cativar ser o colo que recebe o choro Ser corda que ajuda a puxar A mão que afunda pedindo socorro. É sobre se tornar infinito até sem perceber E na vida do outro ser aquele dilema De ser mais que um poema Que não se consegue escrever. Mas que transborda poesia até o fim. (Poeta Sonhador das Estrelas, Ari & TMaia) Nota do Poeta: Esse poema não é meu, da Ari ou do TMaia, que construíram essas palavras comigo, mas sim de todas as amizades presentes na vida, na memória ou no coração que atra...

Arco- íris

Entre luzes e sombras Rabisco Afetos coloridos De nós. Poeta Sonhador das Estrelas

Sem rótulos no momento

Tiro ao alvo Acerto Meu peito. Tiro certeiro Porém Desviado. Talvez o alvo Não estivesse marcado. Talvez o alvo não quisesse o ser. Poeta Sonhador das Estrelas

Não vamos recuar!

Eu vi minha irmã chorar... Hoje eu vi a minha irmã chorar silenciosa e discretamente sentada na cama do quarto depois de acordar e ler a notícia de fechamento de um Instituto Federal em algum lugar do país e do absurdo corte de verba que houve em uma das Universidades Federais da região onde moramos. Parte do projeto de desmonte da educação que o governo bolsominion vem fazendo. Ela estuda em um desses Institutos Federais na cidade vizinha tendo começado seu curso há poucos meses com a maior empolgação do mundo... E eu senti o aperto no peito que ela sentia naquele momento. O aperto de não saber o que esperar do futuro. De ver seus sonhos caindo. De ter o esforço que tanto vinha empregando só jogado ao léu. É o mesmo aperto no coração que venho sentindo desde a eleição desse governo fascista. À medida que ela lia a quantidade de dinheiro cortado meu coração acelerava com a ameaça que isso significava. Também por estudar em uma Universidade pública, mas não só por isso.  Por to...

Cotidiano

Debaixo de chuva e sol Sonhos morrem Revoltas se aquietam Cansaços se acumulam A realidade esbofeteia a cara do poeta E as almas seguem Perpetuando o automatismo imposto... -Talvez numa tentativa de sobreviver. Poeta Sonhador das Estrelas

A sacada é muito alta

Uma granada. É isso que sou. Os restos de uma granada sempre explodindo a si mesmo. Me reconstituindo explosão a explosão. Mas sempre me explodindo novamente. E isso é tão desgastante. Eu estou cansado de explodir e explodir. Incansavelmente.... Ou tão cansadamente. Cansado do barulho, do estrago, do trabalho de ter que me refazer de novo e de novo, mesmo sabendo que tão provável quanto a bagunça a ser deixada será a próxima demolição. Os soluços do meu choro já não dão conta de abafar esse terrível barulho do meu ser sendo fragmentado, como estilhaços de vidro que à medida que partem a si mesmos, partem também a mim mesmo. Perfurando a minha alma, rasgando os resquícios que sobraram da última destruição. E isso me faz chorar mais. Porque talvez o barulho do meu choro possa me servir de acalanto... Um sinal de que ainda resta algo vivo em mim... Ao menos por enquanto... Gritos de socorro inaudíveis ecoam pelo meu olhar cansado. Mas quem os ouviria... E se ouvissem...

Reminiscência de um vazio

Quando o silêncio tomar minha voz E o medo tentar me paralisar Que a poesia não me abandone Porque posso até viver sem nome Mas não conseguiria viver sem versar. Quando o desespero se fizer presente E o caos me sufocar Espero que possa ser meu ar puro Meu aconchego seguro Em que eu possa ancorar. Quando tudo em volta for tormento E a minha alma estiver sangrando Peço, seja apenas presença Porque é de muita ausência Que meu ser vive transbordando. Quando minha velha amiga Com suas vestes escuras vir à minha casa Não a expulse, nem a maltrate Porque ninguém além dela sabe O quanto é esperada. Se porventura, ela quiser junto de si A minha humilde companhia Deixe. Só jogue amor e não se entristeça Sobre a terra para que cresça Mais uma vez poesia... Poeta Sonhador das Estrelas

Às vezes o ditado é falho

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Ela era poesia Ele não sabia ler Ela era fantasia Ele "preciso ver". Dias ensolarados, noites turvas Dois opostos completos Ela com suas curvas Ele tudo reto. "Os opostos se atraem", como uma lei do Universo Foi o que ouviram em algum lugar Mas como, se ela era louca por versos E ele nem queria saber de (con)versar?! E assim os opostos se opuseram... Suas almas não andavam em sintonia "Eram tão bonitos juntos", disseram Mas de que adianta instrumentos juntos se não tocarem em harmonia?! No início certa tristeza, mas agora entendia Algumas coisas apenas não são para ser Porque ela... era toda poesia Ele... ah... ele nem sabia ler. Poeta Sonhador das Estrelas