Medo
E eu tenho medo, sabe.
Medo de que quando chegues (porque
ainda tenho a esperança de que chegará algum dia),eu já não seja mais o mesmo. Aquele que aprecia a simplicidade das coisas, que sonha com uma felicidade mais duradoura,
que ainda acredita no amor e que procura em meio ao caos a poesia para
continuar. Eu tenho medo, porque com o passar dos dias, o tempo e as pessoas têm
me furtado de mim.
É sempre assim: chegam, permanecem um tempo (creio que apenas o suficiente para escolher o que levarão), depois fazem com que me despedace e então entre os fragmentos pegam o escolhido e se vão sem ao menos olhar para trás. E com isso, de pouco em pouco eu vou me perdendo, vou perdendo pedaços de mim. E o que serei eu sem mim? Ou o que será de mim seu eu?
É sempre assim: chegam, permanecem um tempo (creio que apenas o suficiente para escolher o que levarão), depois fazem com que me despedace e então entre os fragmentos pegam o escolhido e se vão sem ao menos olhar para trás. E com isso, de pouco em pouco eu vou me perdendo, vou perdendo pedaços de mim. E o que serei eu sem mim? Ou o que será de mim seu eu?
Eu tenho medo, porque no lugar de
cada pedaço furtado o que resta é só o vazio. O lugar oco que antes fora eu
passa a ser puro e profundo vazio, e não sei se sabem, mas o vazio sempre está
cheio. Cheio de dor. E eu tenho medo.
Medo de que quando chegues, eu já
não seja mais eu.
Poeta Sonhador das Estrelas
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