Para onde vão os nossos silêncios quando deixamos de falar o que sentimos?
Acumulados no peito Feito pilha de entulhos Jazem assim os silêncios De quando nos deixamos mudos. Entalados na garganta Clamando para sair Mas quem teria tanta calma Para todos eles ouvir? Os silêncios vão para as marcas Espalhadas por todo o ser Quando não saem pelas palavras Que a alma pede para escrever. Os silêncios vão se agrupando Feito LEGO dentro do peito Preenchendo cada canto Roubando palavras, ar e sossego. Peito já sem espaço! Suspiro pesado anuncia E o poeta desesperado Se vê entrando em agonia. Agonia, aflição e medo. Medo de que pelo silêncio Seu ser seja tomado Porque por muito tempo Foi ficando calado. E todos os sentimentos não ditos Ficam guardados no coração O pensamento fica aflito Sobrecarga. Uma explosão! Muito silêncio na mente e no peito Suspiro Grito sem jeito O poeta mudo morreu. Poeta Sonhador das Estrelas