Ah, meu velho, é fim de ano, a lua está tão linda lá fora, mas você não está aqui. E por mais que todos estejam brincando e festejando, eu estou aqui, largado no sofá, olhando para o seu retrato que penduraram na parede e me deixando afogar pela saudade que aos poucos vai cortando a minha alma que agora começa a sangrar aos poucos até que seu sangue incolor me escorre pelos olhos. Ah, meu velho, eu sei que faz parte da vida e que devemos nos acostumar a isso, mas é que esse será o primeiro ano, de muitos que acredito que virão, sem a sua presença e a sua proteção, e isso me causa um medo danado. Estou com saudades das suas histórias que me encantam desde a infância e que deixaram as melhores marcas no meu ser. Estou com saudade das saudações tão acolhedoras que por mais que eu estivesse apavorado com qualquer coisa, me transmitia certa paz. Estou com saudades do seu jeito atrapalhado que dizem ser igualzinho ao meu, de o ver andar de forma tão engraçada na velha bicicleta, de como...